matéria atualizada no dia 25/10/23 às 16h48
Continua após a publicidade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta quarta-feira (25) a presidente da Caixa Econômica Federal,bbrbet cassino - Rita Serrano. Para seu lugar, foi nomeado Carlos Antônio Vieira Fernandes, economista de carreira da instituição e apontado como aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A demissão aconteceu um dia antes da data marcada para o Congresso Nacional analisar os vetos do presidente Lula ao texto do arcabouço fiscal e de outros projetos. Posteriormente, a data da sessão para decidir sobre os vetos foi remarcada para o dia 9 de novembro.
A troca foi divulgada pelo Palácio do Planalto por meio de nota oficial. O texto não cita a palavra demissão e destaca alguns números da gestão de Serrano, que vinha sendo pressionada a deixar o cargo em meio às negociações do governo com o centrão para garantir apoio político no Congresso.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (25/10), com a presidenta da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e agradeceu seu trabalho e dedicação no exercício do cargo. Serrano cumpriu na sua gestão uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna da Caixa Econômica Federal, com a valorização do corpo de funcionários e retomada do papel do banco em diversas políticas sociais, ao mesmo tempo aumentando sua eficiência e rentabilidade, ampliando os financiamentos para habitação, infraestrutura e agronegócio. Na gestão de Serrano foram inauguradas 74 salas de atendimento para prefeitos em todo o país, cumprindo um compromisso de campanha", diz a nota oficial.
A troca sacramenta uma negociação que se arrastava há meses entre o governo Lula e Lira para garantir maior apoio às pautas de interesse da administração petista na Câmara dos Deputados. Em seu terceiro mandato como presidente, Lula enfrenta dificuldades para manter uma base aliada coesa no Congresso. Neste contexto, ele chegou a trocar dois ministérios em setembro para tentar angariar o apoio de partidos do centrão.
:: Tempero: com Reforma Tributária aprovada, centrão cobra fatura e quer cargos no governo ::
Na ocasião, o presidente demitiu, em meio a protestos de sua base aliada, a então ministra do Esporte, Ana Moser, para nomear André Fufuca, do PP do Maranhão. Lula também trocou Márcio França (PSB) por Silvio Costa Filho (Republicanos) no posto de ministro do Turismo.
Dentre as pautas importantes para o governo que devem ser votadas no Congresso nesta quinta-feira (26) está a apreciação aos vetos de Lula ao projeto que instituiu o arcabouço fiscal, uma das principais bandeiras do ministro da Fazenda Fernando Haddad. O texto substitui o teto de gastos instituído no governo Michel Temer por uma política fiscal que abre mais espaço para garantir o crescimento de gastos programas sociais.
Novo presidente já atuou em gestões petistas
O economista Carlos Antônio Vieira Fernandes tem histórico em gestões petistas e já foi diretor-presidente da Funcef (Fundação dos Economiários Federais), o fundo de pensão da Caixa. Paraibano, ele é ligado a Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deputado e ex-ministro, com quem trabalhou em 2012 no Ministério das Cidades. Aguinaldo é aliado de Lira.
Fernandes, inclusive, chegou a assumir interinamente o cargo de ministro das Cidades e da Integração. Ele acabou sendo demitido por Dilma no momento em que o PP começava a desembarcar do governo para apoiar o processo de impeachment, que culminou com o golpe de 2016.
No período em que atuou nos ministérios, também foi nomeado para os conselhos de administração das estatais Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre) e CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
Edição: Thalita Pires
Relacionadas
Reforma Tributária deve ter trava para carga de impostos e tributo sobre exploração de recursos naturais
Senado aprova ampliação da Lei de Cotas e inclui quilombolas e estudantes de escolas públicas
Marco temporal: veto de Lula barrou principais retrocessos, mas pontos sancionados preocupam indígenas e indigenistas